quinta-feira, 9 de março de 2023

19/03/23 - GIRA DE MARINHEIRO

Vamos todos juntos saudar nossa mãe Iemanja . 

os trabalhos serão realizados com a presença e força dos nossos queridos marujos . 

SARAVÁ SR. ZÉ DA ÃNCORA .   

Quem quiser participar do trabalho pode estar trazendo  uma rosa branca para ser energizada . 

Pedidos  e oferendas serão  colocados na areia para nossa mãe Iemanja .   
 

18/03 - Atendimento com Baralho cigano



 Agenda aberta com horário disponível a partir 15 hs . Para pagamento com pix ganha  um tratamento de equilíbrio energético no mesmo dia.

Valor jogo .... 70,00 presencial 

                   ..... 50,00 on line .

Pix (11) 9.42377475 zap  .... banco Original 

Fazer agendamento .

domingo, 22 de janeiro de 2017

QUANDO ACABA UM TERREIRO DE UMBANDA



Um terreiro de Umbanda acaba quando a vaidade é maior que a caridade

Um terreiro de Umbanda acaba quando a fofoca e a intriga são maiores que o estudo e a disciplina

Um terreiro de Umbanda acaba quando a maledicência fala mais alto que a beneficência

Um terreiro de Umbanda acaba quando a atração sexual fala mais alto que a união fraternal

Um terreiro de Umbanda acaba quando a higiene física,astral e mental não é rigorosamente observada

Um terreiro de Umbanda acaba quando falsos médiuns são admitidos pelos dirigentes na corrente apenas com o intuito de aumentar a arrecadação financeira da casa

Um terreiro de Umbanda acaba quando as "festas" e "homenagens" são mais importantes e concorridas que as "giras" e "reuniões de estudo"

Um terreiro de Umbanda acaba quando as "guias"(colares) são mais importantes que os "Guias"(mentores)

Um terreiro de Umbanda acaba quando os "pontos" são cantados sem emoção e quando os "pontos" são riscados sem noção

Um terreiro de Umbanda acaba não porque os Guias se afastam dos médiuns , mas porque os médiuns é que se afastam dos Guias .

Um terreiro de Umbanda acaba quando se cobra o que NÃO DEVE SER COBRADO

Um terreiro de Umbanda acaba quando NÃO SE COBRA o que deve ser cobrado

Um terreiro de Umbanda acaba quando a "mágica" substitui a verdadeira magia

Um terreiro de Umbanda acaba quando  o "visível"  é mais importante que o invisível

Um terreiro de Umbanda acaba quando faltam a ética, o bom senso e o respeito

Um terreiro de Umbanda acaba quando acabam a Fé , o Amor e a Verdade .


texto retirado da internet ( www.umbanda24horas,com.br )

sábado, 9 de julho de 2016

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO





Eu fui visitando Cabanas e  Tendas , onde multidões desfilavam , mas , surpreso ficava , com aquela
 " visão " que via , invariavelmente , num canto , pitando, um triste preto velho , chorava ...

De seus  "olhos"  molhados , esquisitas lágrimas desciam-lhe a face e não sei por que, contei-as ... foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me do meu querido Pai Preto, e perguntei por que externas assim uma visível dor ?E ele, suave , reponde : esta vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas distribuidas estão a cada uma delas .

a primeira  ..............  eu as dei a esses indiferentes que aqui vem em busca de distração , na curiosidade de ver , bisbilhotar , para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conhecer .

a segunda   .............   a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando , na expectativa de um "milagre" que os façam "alcançar" aquilo que seus proprios merecimentos negam .

a terceira  ............    foi para esses que creêm , porém . numa crença cega , escrava de seus interesses estreitos . São os que vivem eternamente tratando de "casos" nascentes uns após outros.

a quarta  ................    mais que distribui aos maus , aqueles que somente procuram  a Umbanda em busca de vingança , desejam sempre prejudicar a um seu semelhante - eles pensam que nós , os guias , somos veículos de suas mazelas, paixões ,e temos obrigação de fazer o que pedem ... pobres almas , que das brumas   ainda não saíram .

a quinta   ................  essa lágrima foi diretamente aos frios e calculistas - não creêm, não descreêm sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma . Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão negarão amanha até que conheceram uma Casa de \umbanda . Chegam suaves , tem o riso e a elogios à flor dos lábios , são fáceis , muito fáceis , mas se olhares bem seus semelhantes caboclos verás escritos em letras claraas : creio na sua umbanda  nos teus cablocos e no teu Zambi, mas somente se vencerem  o meu "caso", ou se curarem "disso ou  aquilo" .

a sexta   ...........essa lágrima eu a dei aos fúteis que andam de tenda em tenda, não acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos , seus olhos revelam um interesse diferente , sei bem o que eles buscam .

e a sétima   .......... filho , notaste como foi grande e como deslizou pesada . Foi a ULTIMA LÁGRIMA  , aquela que vive nos olhos de todos os pretos velhos , fiz doação dessa , aos vaidosos , cheios de empafia , para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são. "cegos, guias de cegos " andam se exibindo com a banda , tal qual mariposas em torno da luz ,essa mesma  LUZ que eles não conseguem VER , porque  só visam à exteriorização de seus próprios "egos"  .


Olhai-os bem , vede como suas fisionomias são turvas  e desconfiadas , observai-os quando falam "doutrinando " , sua vozes são ocas , dizem tudo de cor e salteado , numa linguagem sem calor , cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade , essa mesma caridade, que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e gula do vil metal . Eles não tem convicção.

Assim, filho meu , foi para esses todos que viste cair uma a uma  AS SETE LÁGRIMAS DO PAI-PRETO.


( pesquisa na  internet  .... 13.06.2005)

BAIANOS NA UMBANDA



                                                 Saudação :  É DA BAHIA , MEU PAI

O baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na " escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante, parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande frequencia e importância nas giras de todo o país , nos últimos anos . Os baianos da Umbanda são pouco presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece e giras de caboclos e pretos velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a fala dos caboclos.   Conhecem de tudo um pouco, inclusive da quimbanda, podendo trabalhar tanto na direita como na esquerda. Costuma enfrentar os invasores ( quiumbas,obsessores) de frente, mas quando o zombeteiro não aceita e insiste em perturbar o baiano encarrega de amarrá-lo para que não mais perturbe até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado .  Costumam dizer que se estão ali trabalhando é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderam com o povo da terra . São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas tambem sabem das broncas quando veêm alguma coisa errada. Nas giras se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são do tipo que não levam desaforo pra casa, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.

Os baianos na umbanda são doutrinados, se assim podemos dizer , apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém. Os trabalhos com essa corrente traz muita paz e perseverança para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena . A entidade pode vir na linha de baianos e não ser necessariamente da bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças. Os baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro,por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhos no terreiro, aparentam ser uma das entidades mais fortes ou dotadas de grande energia ( e na verdade são)  mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais só a forma do trabalho é que muda. Adoram trabalhar com outras entidades como Erês , caboclos , marinheiros, Exús etc.  São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos. São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade .  Trabalham a favor da luz desmanchando feitiços, quebrando magias negativas desatando amarrações e desfazendo todo e qualquer tipo de trabalho feito contra os seus filhos de fé São muito requisitados nos templos umbandistas  e sempre atendem aos pedidos que lhes são feitos. Alguns baianos trabalham  com a  cura e através de suas poderozas rezas , orações e trabalhos magísticos conseguem livrar os consulentes de doenças já diagnosticadas e algumas até mesmo "incuráveis "  mas é como dizemos : " o que não curam os médicos do plano material cura os do plano espiritual e o que não  curam os médicos do plano espiritual , curam os do plano material. " E tenham a certeza muitos baianos, assim como espíritos de outras linhas da \umbanda são verdadeiros médicos.



CARACTERÍSTICA DOS BAIANOS


Gostam de comer farofa com carne seca, batida de coco,cigarro de palha,são portadores de fortes rezas e orações. Gostam de usar chapéu de palha ou de couro, com seus cocos, azeite de dendê comidas e cantigas típicas da região, realizam trabalhos em prol da evolução espiritual de todos, e por terem vivido em épocas mais recentes ,são espíritos mais próximos de nós. Lembramos que tem como regência Mãe Iansã, por isso são ótimos movimentadores, e quando estamos parados ou estagnados eles nos dão aquele empurrãozinho, que logo nos colocam em movimento.

O POVO BAIANO VEM AO TERREIRO PARA TRAZER SEU AXÉ, SUA ENERGIA POSITIVA.



HISTORIA DA BAIANA SETE SAIAS

A baiana sete saias nasceu no norte da bahia num vilarejo chamado Pilão Furado. Era de uma familia muito pobre, até que um dia sua mãe , baiana Dolores, vendeu sua filha para uma dona de cabaré, Dona Carlita, por alguns fardos de arroz, feijão , camarão seco e banha de porco , para alimentar seus outros filhos . MARIA BAIANA SETE SAIAS  , Maria saias , Zé sete facão , baiana sete coco. Sua mãe chorava muito, pois sete saias era a mais velha dos filhos a quem ajudava muito no trabalho do lar e na pesca de camarão. Ela se despediu da familia e foi morar com a dona do cabaré Carlita . Sete saias conta que não era mulher de cabaré, mas sim ajudava a dona Carlita na cozinha , e com os fregueses. Fazia muitas comidas como bobó, acarajé , vatapá e outras iguarias, até que certo dia um rapaz moreno claro, olhos castanhos  cabelos cacheados e muito belo, começou a frequentar o cabaré.Quando baiana sete saias avistou ele foi paixão na certa, ela nunca tinha namorado. A dona do cabaré tinha muito ciumes dela com os clientes, por ela ser muito bonita, morena com cabelos até as costas, olhos castanhos claros, sábia  educada recatada e não aceitava nem um namoro da baiana, mas eles foram se vendo cada ves mais . Ele muito apaixonado pediu sua mão em namoro para dona Carlita. Ela disse não "nem pensar tu dá doido cabra da peste" e proibiu baiana sete saias, de servir o belo rapaz apaixonado.

Eles não se aguentavam mais de saudades quando marcaram um encontro através de sua amiga baiana  flor . Ela escreveu um bilhete para baiana sete saias e entregou ao rapaz ela disse " meu amor não consigo ficar sem voce quero fugir, vamos ?" Então ele respondeu " vamos amorzinho hoje de madrugada " . Naquela noite ela se deitou para dormir, mas não dormiu,  então quando todos foram dormir sua amiga disse: " vamos, seu amor te espera" . Baiana sete saias saiu rapidamente . Lá fora com um burrona carroça esperava seu amor João do Cangaço, eles sairam em disparada com o burro mais depois de mais ou menos  30 quilometros, dona Carlita veio atrás de cavalo correndo em disparada chamando baiana sete saias aos gritos. Ela olhava para trás e dizia " vamos ela esta perto de nós vamos, vamos " Em desespero eles não viram um brejo muito fundo e caíram lá , Num piscar de olhos suas vidas se foram por amor, sua dona Carlita chegou até o brejo e não avistou nada. Gritava, chorava e dizia : "agora eu te dou a sua liberdade" . Baiana sete saias morreu com 27 anos, virgem. Hoje na umbanda em evolução vem fazer a caridade entre o bem e o mal. Seus filhos geralmente tem medo de acidente na estrada sem saber o porque deste medo .

sexta-feira, 12 de junho de 2015

MISTERIO DE EXU CAVEIRA





Sou um Exu, assentado nas forças do Sagrado Omulú e sob sua irradiação divina trabalho . Fui aceito pelo Divino Trono Mehor-yê e nomeado Exu a mais ou menos dois milênios, depois de minha última passagem pela terra , a qual fui um pecador miserável e desencarnei amarrado ao ódio, buscando a vingança , dando vazas ao meu egoísmo, vaidade  e todos os demais vícios humanos que se possa imaginar. Fui senhor de um povoado que habitava a beira do grande rio sagrado. Nossa aldeia cultuava a natureza e inocentemente fazia oferendas cruéis de animais e fetos humanos . Até que minha própria mulher engravidou e o sumo sacerdote, decidiu que a semente que crescia no ventre de minha amada , devia ser sacrificado , para acalmar o Deus da tempestade. Obviamente eu não permiti que tal infortúnio se abatesse sobre minha futura família , até porque se tratava do meu primeiro filho. Mas todo meu esforço foi em vão .

Em uma noite tempestuosa , os homens da aldeia reunidos , invadiram minha tenda silenciosamente , roubaram minha mulher e a violentaram , provocando imediato aborto e com o feto  fizeram a inútil oferenda no poço dos sacrifícios. Meu peito se encheu de ódio e eu nada fiz para contê-lo. Simplesmente  e enquanto houve vida em mim , eu matei um por um dos algozes de minha esposa inclusive o tal sacerdote . Passei a não crer mais em Deuses , pois o sacrifício foi inútil. Tanto que meu povoado sumiu da face da terra, soterrado pela areia e o que areia virou rio. Mas meu ódio persistia. Em meus olhos havia sangue e tudo o que eu queria era sangue. Sem preceber estava sendo espiritualmente influenciado pelos homens que matei , que se organizaram em uma trevosa falange a fim de me ver morto também. O sacerdote era o líder . Passei então a ser vítima do ódio que semeei.

Sem moradia e sem rumo , mas com um tenebroso exército de homens odiosos, avançamos contra várias aldeias e povoados, aniquilando vidas inocentes e temerosamente assombrando todo o Egito antigo. Assim invadimos terras e mais terras , manchamos as sagradas águas do  Nilo de sangue, bebíamos e nos entregávamos às depravações com todas as mulheres que capturávamos. Foi uma aventura horrível. Quanto mais ódio eu tinha , mais eu queria ter. Se eu não podia ter minha mulher, então que nenhum homem em parte alguma poderia ter . Entreguei-me a outros homens, mas ao mesmo tempo violentava bruscamente as mulheres . As crianças, lamentavelmente nós matávamos sem piedade. Nosso rastro era de ódio e destruição completas.

Até que chegamos aos palácios de um majestoso faraó, que também despertava muito ódio em alguns dos mais  interessados em destruí-lo    , pois os mesmos não concordavam com sua doutrina ou religião. Eis que então fomos pagos para fazer o que tínhamos prazer em fazer , matar o faraó. Foi decretada então a minha morte. Os fiéis soldados do palácio, que eram muito numerosos , nos aniquilaram com a mesma impiedade que tínhamos para com os outros. Quem com ferro fere , com ferro será ferido. Isto coube na medida exata para conosco. Parti para o inferno. Mas não falo do inferno ao qual os leitores estão acostumados a ouvir nas lendas das religiões efêmeras que pregam por ai. O inferno a que me refiro é o inferno da própria consciência. Este sim é implacável.

Vendo meu corpo inerte , atingido pelo golpe de uma espada, e sangrando , não consegui compreender o que estava acontecendo. Mas o sangue que jorrava me fez recordar-me de todas as minhas atrocidades. Olhei todo o espaço ao meu redor e tudo o que vi foram pessoas mortas. Tudo se transformou de repente. Todos os espaços eram preenchidos com corpos imundos e fétidos, caveiras e mais caveiras se aproximavam e se afastavam. Naquele êxtase, cai derrotado. Não sei quanto tempo fiquei ali, inerte e chorando, vendo todo aquele horror . Tudo era sangue , um fogo terrível ardia em mim e isso era ainda mais cruel.Minha consciência se fechou em si mesma . O medo se apossou de mim , já não era mais eu , mas sim o peso de meus erros que me condenava. Nada eu podia fazer. As gargalhadas vinham de fora e atingiam meus sentidos bem lá no fundo. O medo aumentava e eu chorava cada vez mais. Lá estava eu , absolutamente derrotado por mim mesmo , pelo meu ódio cada vez mais sentido.

Onde estava o amor com que construi meu povoado? Onde estavam meus companheiros? Minha querida esposa ? Todos me abandonaram. Nada mais havia a não ser choro e ranger de dentes. Reduzi-me a um verme , jogado nas trevas de minha própria consciência e somente quem tem a outorga para entrar nesta escuridão é que pode avaliar o que  estou dizendo , porque é indescritível. Recordar de tudo isso hoje já não me traz mais dor alguma , pois muito eu aprendi deste episódio triste de minha vida espiritual . Poe longos anos eu vaguei nesta imensidão escura, pisoteado pelos meus inimigos, até o fim das minhas forças. Já não havia mais suspiro , nem lágrimas , nem ódio, nem amor , enfim nada que pudesse sentir. Fui esgotado até a última gota de sangue, tornei-me um verme.  E na minha condição  de verme , eu consegui num último arroubo de minha vil consciência pedir socorro a alguém que pudesse me  ajudar.

Eis que então , depois de muito clamar, surgiu um alguém que veio a tirar-me dali, mesmo assim arrastado. Recordo-me que estava atado a um cavalo enorme e negro e o cavaleiro que o montava assemelhava-se a um guerreiro, não menos cruel do que fui. Depois de longa jornada , fui alojado sobre uma pedra. Ali me alimentaram e cuidaram de mim com desvelo incompreensível. Será  que ouviram meus apelos ? Perguntava-me intimamente. Sim, claro , senão ainda estaria lá naquele inferno, respondia-me  a mim mesmo. "CALE-SE E APROVEITE O ALVITRE QUE VOSSO PAI VOS CONCEDEU " - Disse uma voz vinda não sei de onde . O que eu não compreendi foi como ele havia me ouvido, já que eu não disse palavra alguma , apenas pensei , mas ele ouviu . Calei-me por completo.Por longos e longos anos fiquei naquela pedra , semelhante a um leito , até que meu corpo se refez e eu pude levantar-me novamente. Apresentou-se então o meu salvador. Um nobre cavaleiro, armado ate os dentes . Carregava um enorme tridente cravado de rubis flamejantes. Seu porte era enorme. Longa capa negra  lhe cobria o dorso, mas eu não consegui ver seu rosto. 
- Não tente me olhar imbecil, o dia que te veres, verás a mim , porque aqui todos somos iguais. 
Disse o homem em tom severo. Meu corpo tremia e eu não conseguia conter, minha voz não saia e eu olhava baixo, resignando-me perante suas ordens.
- Fui ordenado a conduzir-lhe e tenho-te como escravo. Deves me obedecer se não quiser retornar aquele antro de loucos que estavas. Siga minhas instruções com atenção e eu lhe darei trbalho e comida. Desobedeça e sofrerás o castigo merecido .
- Posso saber seu nome ? nobre senhor ?
- Por enquanto não, no tempo certo eu revelarei, agora cale-se, vamos ao nosso primeiro  trabalho.
- Está bem.
Segui o homem, Ele a cavalo e eu corria atrás dele, como um serviçal. Vagamos por aqueles lugares sujos e realizamos várias tarefas juntos. Aprendi  a manusear as armas, que me foram dadas depois de muito tempo. Aos poucos meu amor pela criação foi renascendo. As várias lições que me foram passadas me faziam perceber a importância daqueles trabalhos no astral inferior.

Gradativamente fui galgando os degraus daquele mistério com fidelidade e carinho. Ganhei a confiança de meu chefe e de seus superiores. Fui posto a prova e fui aprovado. Logo aprendi a volitar e plasmar as coisas que queria. Foram anos e anos de aprendizado. Não sei contar o tempo da terra, mas asseguro que menos de cem anos não foram. Foi então que numa assembléia repleta de homens iguais ao meu chefe , eu fui oficialmente nomeado  Exu. Nela eu me apresentei  ao senhor Omulu e ao divino trono de Mehor-yê, assumindo as responsabilidades que todo Exu deve assumir se quiser ser Exu.
- Amor a Deus e às suas Leis,
- Amor à criação do Pai e a todas as suas criaturas.
- Fidelidade acima de tudo
- Compreensão e estudo, para julgar com a devida sabedoria,
- Obedecer às regras do embaixo, assim como as do encima,
E algumas outras regras que não me foi permitido citar, dada a importancia que elas tem para todos os Exus.

A princípio trabalhei na falange de meu chefe, por gratidão e simpatia. Mas logo surgiu-me  a necessidade de ter a minha própria falange, visto que os escravos que capturei já eram em grande numero. Por esta mesma época, aquele antigo sacerdote, do meu povoado , lembram-se ? Pois é , ele reencarnou em terras africanas e minha esposa deveria ser a esposa dele , para que a lei se cumprisse.Vendo o panorama do quadro que se formou , solicitei imediatamente uma audiência com o Divino Omulu e com o Sr. Ogum-Megê e pedi que intercedessem para que eu pudesse ser o guardião de meu antigo algoz. Meu pedido foi atendido. Se eu fosse bem sucedido poderia ter a minha falange. Assim assumi a esquerda do sacerdote, que, na aldeia em que nasceu , foi preparado desde menino para ser o Babalorixá, em substituição ao seu pai de sangue . A filha do babalawo era minha ex-esposa e estava prometida ao seu antigo algoz. Assim se desenvolveu a trama que pos fim às nossas diferenças. Minha ex mulher deu a luz a vinte e quatro filhos e todos eles foram criados com o devido cuidado . Muito trabalho eu tive naquela aldeia. Até que as invasões e as capturas e o comércio de negros para o ocidente se fizeram. Os trabalhos redobraram, pois tínhamos conter toda a revolta e ódio que emanava dos escravos africanos, presos aos porões dos navios negreiros.

Mas meu protegido já estava velho e foi poupado, porém seus filhos não, todos foram escravizados. Mas era a Lei e ela devia ser cumprida. Depois de muito tempo uma ordem veio do encima : " TODOS OS GUARDIÕES DEVEM SE PREPARAR, NOVOS ASSENTAMENTOS SERÃO NECESSÁRIOS, UMA NOVA RELIGIÃO IRIA NASCER, O QUE PARA NÓS ERA EM BREVE, POIS NÃO SEI SE PERCEBERAM , MAS O TEMPO ESPIRITUAL É DIFERENTE DO TEMPO MATERIAL. PREPARAMO-NOS CONFORME FOI ORDENADO. ATÉ QUE A SAGRADA UMBANDA FOI INAUGURADA. " Então eu fui nomeado  GUARDIÃO Á ESQUERDA DO SAGRADO OMULU-YÊ e então pude assumir meu trono , meu grau e meus degraus.  Novamente assumi a obrigação de conduzir meu antigo algoz, que hoje está no encima, feito meritóriamente alcançado, devido a todos os trabalhos e sacrificios feitos em favor da Umbanda e do bem.

Hoje, aqui do meu trono no embaixo , comando a falange dos Exus Caveira e somente após muitos e muitos anos eu pude ver minha face em um espelho e notei que ela é igual a de meu tutor querido o Grande Senhor Exu Táta Caveira ,ao qual devo muito respeito e carinho. Não confundam Exu caveira com Exu Tata Caveira, os trabalhos são semelhantes , mas os mistérios são diferentes.  
TATA trabalha nos sete campos da fé 
EXU CAVEIRA trabalha nos mistérios da geração na calunga , porque é lá que a vida se transforma, dando lugar a geração de outras vidas, mas não se esqueçam que há sete mistérios dentro da geração, principalmente a Lei Maior , que comanda todos os mistérios   de qualquer Exu. Onde há infidelidade ou desrespeito para com a geração da vida ou aos seus semelhantes , EXU CAVEIRA atua, desvitalizando e conduzindo no caminho correto, para que não caiam nas presas doloridas e impiedosas do Grande Lucifer-yê , pois não desejo a ninguém um décimo do que passei.


Se vossos atos forem bons e louváveis perante a geração e ao Pai Maior, então vitalizamos e damos forma a todos os desejos que qualquer um que queira usufruir dos benefícios dos meus mistérios. De qualquer maneira, o amor impera, sim o amor, e porque Exu não pode falar de amor ? Ora se foi pelo amor que todo Exu foi salvo, então o amor é bom e o respeito a ele conserva-nos no caminho. Este é o meu mistério. Em qualquer lugar da calunga, pratique com amor e respeito a sua religião e ofereça velas pretas , vermelhas e roxas, farofa de pinga com miúdos de boi . Acenda de um a sete charutos, sempre em números ímpares e aguardente.De acordo com o número de velas, se acender sete velas, assente sete copos e sete charutos, assim por diante. Agrupe sempre as velas da mesma cor juntas e forme um triângulo  com o vórtice para si , as velas roxas no vórtice , as pretas à esquerda e as vermelhas a direita , simbolizando a sua fidelidade e companheirismo para conosco, pois EXU CAVEIRA abomina traição e infidelidade, como , por exemplo, o aborto, isto não é tolerado por mim e todos os que praticam tal ato é então condenado a viver sob as hostes severas de meu mistério.

Peça o que quiser com fé, e com fé lhes trarei, pois todos os Exus Caveira são fiéis aos seus médiuns e aqueles que nos procuram. A falange de Exus Caveira pertence a falange do Grande Tatá Caveira, que é o pai de todos os Exus assentados a esquerda do divino Omulu, os demais não posso citar , falo apenas do meu misterio, pois dele eu tenho conhecimento e licença para abrir o que  acho necessário e básico para o vosso aprendizado, quanto ao mais, busquem com vossos Exus pessoais, que são grandes amigos de seus filhos e certamente saberão orientar com carinho sobre vossas dúvidas. Um último detalhe a ser revelado é que todos os que tem Exu Caveira como Exu de trabalho ou protetor, é porque em algum momento do passado, pecaram contra a criação ou a geração e ambos , protetor e protegido tem alguma correlação com estes atos errôneos de vidas anteriores.

Tenha certeza, se seguirem corretamente as orientações, com trabalho e disciplina, o mesmo que sucedeu com meu amigo e grande sumo sacerdote, sucederá com voces também, porque este é o nosso desejo. Mais e mais, se um Exu de minha falange consegue vencer através de seu médium ou protegido , ele automaticamente alcança o direito de sair do embaixo e galgar os degraus da evolução em outras esferas. Que o divino Pai Maior possa lhes abençoar e que a Lei Maior e a Justiça Divina lhes dêem  as bençãos de dias melhores.

Com carinho
Sr.Exu Caveira     


comentario de Jeff de Oxosse & Cida de Ogum - 19.11.2009


CRUZEIRO DAS ALMAS



O QUE É O CRUZEIRO DAS ALMAS EM UM CENTRO DE UMBANDA ?


Encontrado geralmente nos cemitérios , que na Umbanda conhecemos como CAMPO SANTO, CALUNGA PEQUENA E CRUZEIRO DAS ALMAS .  O cruzeiro das Almas ficou conhecido como ponto de referencia para que velas sejam acesas em lembrança e homenagem das pessoas que ali foram enterradas em um ritual para que suas almas sejam levadas a Deus.

Um CRUZEIRO DAS ALMAS  é uma passagem , ou ainda , um portal onde o espírito passa de um plano vibratório para outro e o Orixá que rege este campo de ação é Obaluayê ( Senhor das Almas , orixá da transmutação ) . Mas o cruzeiro serve somente para isso ?  

Podemos interpretar "plano vibratório" como campo de energias , isso pode se aplicar a diversas situações que estejamos passando em nossas vidas como por exemplo : uma doença física , emocional , uma obsessão complexa ou mesmo simples , mágoas , ódios , rancores e todo sentimento de ordem negativa  , e quando falamos em TRANSMUTAÇÃO  nos referimos também a modificação de vibração que nos problemas citados acima seria o oposto ou seja o lado positivo .

Se nos referirmos a "planos" , podemos ainda simplificar por "passagens" para que de forma simples nos tornemos mais compreendidos que da  o titulo muito conhecido de Pai Obaluaye ou 'SENHOR DAS PASSAGENS ' .

E dentro de um terreiro , centro ou templo de umbanda , onde sempre encontramos um "cantinho das almas " . Muitas vezes um determinado guia nos dá uma vela branca e nos pede para firma-la no mesmo , logo interpretamos que estamos com Eguns ou algum sofredor , mas nos esquecemos que tal qual no campo santo , ali também é um ponto natural e sagrado de Obaluaye e muitas vezes a "vela" não é para os outros e sim para nós mesmos , para podermos com a ajuda do Pai Transmutarmos algo de ruim ainda que não estamos conseguindo sozinhos resolver dentro de nós . 

Lembrando ainda que o Cruzeiro de um centro tem a função de proteger também a casa de ataques de seres infelizes vampiros espirituais , etc.  Como no Campo Santo é feito .  o Cruzeiro é um ponto de Luz e deve sempre quando nos direcionamos a ele como em qualquer outro campo de força de Orixá ser feito com respeito , bom senso e acima de tudo FÉ.


( texto de Gero Maita )